O Arte Pará chega a sua 40ª edição e surgiu do projeto idealizado pelo jornalista Romulo Maiorana (1922-1986), no início dos anos 80, de criar um espaço de apoio ao artista paraense e um diálogo da região Norte com o país. Num momento da história em que a Amazônia não gerava expectativas em âmbito global, Maiorana despertou a sensibilidade do público por meio da função social da arte, a partir de um espaço de encontro e estímulo aos artistas. O Arte Pará nasceu com a vocação de estabelecer a presença da Amazônia no mapa das artes como um salão. Ao longo de suas edições ininterruptas, tornou-se um projeto de arte e educação nacional e lugar de troca intelectual entre artistas, curadores e agentes culturais, além de espaço de reflexão e crítica, que legitima jovens artistas emergentes. Há mais de 20 anos, Paulo Herkenhoff, um dos críticos de arte e pensadores mais relevantes do país, está à frente do Arte Pará, como curador geral do evento. Com trajetória profissional que articula o trabalho institucional e a pesquisa inovadora, Paulo foi curador adjunto no departamento de pintura e escultura do Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA (1999-2002), curador geral da Bienal de São Paulo e curador do Pavilhão brasileiro na 47a Bienal de Veneza. Foi consultor da IX Documenta Kassel, na Alemanha (1991). Para ele, o Arte Pará tem “importante papel de socialização da arte, desenvolvido pelo processo educacional, muito mais que mercado de arte’’. O projeto educativo do Arte Pará é um dos mais abrangentes no âmbito nacional e oferece um parâmetro de relacionamento entre um complexo de comunicação e inserção social da arte.